quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Psicologia do Esporte e suas barreiras.

Mariana é "figurinha carimbada" por aqui. Além de sempre contribuir com seus comentários nos posts e ser uma grande amiga feita no trabalho e na afinidade descoberta no dia a dia, ela também já participou deste blog com um excelente post falando sobre o papel do psicólogo desportivo (se você não viu é só clicar aqui). Além disso, Mariana está também com uma entrevista no site do atleta Nezinho, no qual ela fala sobre as possibilidades de trabalho com a Psicologia do Esporte e que você também pode conferir clicando aqui.

Mariana é daquele tipo de pessoa quem podemos definir com a palavra "Intensidade". A cada chance que ela tem de realizar um trabalho novo, o nível de envolvimento e comprometimento chega sempre no limite. E por estar lutando por uma carreira que tem difícil sobreviência no País, Mariana tem se arriscado em novos trabalhos na área no qual nem sempre se depara com as situações que acredita serem o tipo ideal para se trabalhar. E assim, com a intensidade que lhe é peculiar, há duas semanas recebi uma carta desabafo da Mari contando um pouco sobre as experiências que tem vivido Brasil afora. 
Agora, ela está de volta à Brasília para trabalhar com a equipe Sub-20 do UniCeub-BRB, que é comandado por Ronaldo Pacheco, o primeiro técnico com quem trabalhou em equipes esportivas.

Mariana, Ronaldo e eu - Psicóloga do Esporte fazendo parte da Comissão Técnica

Fica aqui o agradecimento à Mariana pelo desabafo compartilhado, pelo sonho de fazer um trabalho sério e justo e um desejo de Boa Sorte em sua nova empreitada!

Fiquem com seu relato que evidencia uma realidade em que infelizmente não basta estudar muito e trabalhar duro. É preciso diariamente lidar com barreiras que vão além do fazer certo.


Do que minha compreensão muitas vezes não alcança


Que no Brasil (e não só o Brasil) tem corrupção, injustiça e exageros todos nós sabemos. Mas mesmo assim prefiro acreditar que há cidadãos que não seguem esse caminho (mesmo que a certeza de que o contrário é mais comum viva me atropelando).
Gosto de conversar e entender sobre os mais diversos assuntos; desde História dos tempos de escola até Geologia.
Isso é bom para qualquer ser humano! Movimenta o cérebro, aguça a curiosidade, amplia conhecimento e vocabulário. Mas de maneira alguma isso faz com que sejamos especialistas em qualquer área.

Parece óbvio e clichê, não?
Não.

Ainda é possível encontrar aqueles que adoram sair por ai transformando cursos livres em graduação e cursos de 36 horas em especialização.
Sou psicóloga e atuo na área esportiva, sempre tomo cuidado com essa definição; o fato de ATUAR em determinada área, não faz com que eu seja ESPECIALISTA nesta. Para que eu possa me definir como “psicóloga esportiva” , além da graduação em Psicologia com duração de 5 anos, as duas formas de obtenção do título de especialista que conheço (me corrijam se estiver errada, por favor) são: prova do Conselho Federal de Psicologia ou curso de 2 anos do Instituto Sedes Sapiente (São Paulo), único que cumpre a carga horária exigida para tornar-se especialista em Psicologia do Esporte.
Mas ainda tem aqueles que saem por ai batendo no peito e vendendo para os times/clubes  um currículo recheado de sonhos, ou melhor, um currículo de psicólogo esportivo valendo-se apenas dos cursos livres e/ou de 36 horas. Além disso, saem por ai “fazendo treinamento mental” até com vendedores de loja. Pobres atletas!

Por que?

Porque em um país que tende à injustiça e ao exagero é prática comum não exigir documentação que comprove e valide a prática real das experiências ditas. Mágica? Não! Basta ser amigo, primo ou esposa de Fulano de Tal que sua vaga está assegurada, seu salário garantido e sua índole reprovada, mas isso não vem ao caso! Quem se importa?
Eu não acharia normal se alguém ao acordar, decidisse por conta própria que é biólogo marinho e se dirigisse para uma das unidades do Projeto Tamar para cuidar de suas adoráveis tartarugas. Sendo assim não acho normal que alguém ao acordar, decida por conta própria que é psicólogo esportivo e se dirija para um grande time/clube para “cuidar” de seus atletas.
Na minha humilde opinião, aqueles que sem qualquer legalidade, conteúdo e responsabilidade, saem por ai intitulando-se psicólogos esportivos e por consequência “fazendo treinamento mental” precisam na verdade de um bem conduzido TRATAMENTO MENTAL.

2 comentários:

Mari Moura disse...

Eu agradeço pela confiança não só em mim, mas nos benefícios da psicologia do esporte.
É muito bom estar de volta, a possibilidade de trabalhos novamente como nessa foto é motivadora!
Obrigada por estar comigo nessa luta e nesse caminho.
Seguimos juntos!

Ronaldo Pacheco disse...

A Mari é uma daquelas abnegadas que valoriza a profissão e a profissional. Tivemos ótimas experiências trabalhando juntos e aprendi um bocado com ela e o grupo que acompanhou a equipe sub19.Infelizmente os benefícios da psicologia do esporte ainda são desconhecidas pelo maior número de técnicos que atuam nos diversos esportes no nosso país. Espero que a partir da atuação de profissionais capacitados e dedicados como a Mari esta área tenha o seu devido reconhecimento e faça a diferença na performance dos nossos atletas.