quinta-feira, 26 de maio de 2011

BRASÍLIA - BASQUETE

No primeiro jogo da final do NBB em Brasília, estive presente e não consegui dormir enquanto não escrevia algo sobre aquele momento. Isso me rendeu o último post. Infelizmente no jogo 4, e decisivo, não pude estar presente. Mas um grande amigo e grande influência na minha paixão pelo Basquete esteve lá. E o mesmo aconteceu com ele. O interessante é que seu nome havia sido citado em meu post que fora inspirado pela primeira partida da final. Ronaldo Pacheco não só se superou com mais um artigo bem escrito. Ronaldo foi além e mostrou como essa cidade vive Basquete há muito tempo. Para todos os amantes da modalidade e da cidade, aproveitem, desfrutem e divulguem porque vale a pena! 



BRASÍLIA – BASQUETE
(Ronaldo Pacheco)




Lançada por Juscelino, no belo céu de Brasília, uma bola laranja flutua ao pôr do sol.
Atravessa de um lado ao outro do horizonte e se deposita aos poucos sobre a catedral que a espera como uma cesta aberta.




Nestes 51 anos esta trajetória se repetiu diariamente.
Vimos e admirávamos sem perceber o que se pronunciava.
Era a vocação de uma cidade que se mostrou unida, educada, feliz e resgatada.
Um esporte trouxe o nosso orgulho de volta.
Quem diria que seu nome seria citado em todos os jornais não mais por escândalos, mas pela supremacia vitoriosa no esporte nacional.
Quem diria que um dia, o “enorme” Nilson Nelson (cuja arquitetura externa é sustentada por tabelas de basquete) seria pequeno.


Não notamos que Brasília e Basquete, tem as mesmas oito letras.
Mas eis que de repente, no últimos 5 anos, a cidade descobriu uma paixão.
Paixão por uma bola laranja que tem as mesmas linhas sinuosas dos desenhos de Oscar Niemeyer.


E esta cidade se alegrou, teve orgulho em cantar seu nome.


Redescobriu ídolos.


Se redescobriu.
Se mostrou apaixonada, mobilizada, valorizada.
Este amor entre Brasília e Basquete já estava escrito nas linhas básicas da sua criação.
A cidade se encontrou na coincidência entre o basquete e sua arquitetura.
Se viu refletida no espelho da paixão, emoção e da bravura.

Parabéns Brasília!

Obrigado Basquete!



sábado, 21 de maio de 2011

Um dia histórico!


Foi a caminho do ginásio Nilson Nelson na quinta-feira a noite que percebi que estava prestes a participar de um momento histórico para o Basquete Nacional e um dia inesquecível para o esporte em Brasília. No jogo 1 da final do NBB3, estava indeciso se assistia o jogo no ginásio ou se assistia pela TV. Como os outros jogos eu acabei assistindo pela TV devido à superlotação do ginásio da Asceb, pensei que por se tratar de uma final e por quase não ter ido a jogos ao vivo neste ano, deveria prestigiar mais este momento importante para o Basquete da cidade. E notei que passaria de uma noite de final para um dia histórico quando estava perto de chegar. Haviam bem mais carros no estacionamento do que eu imaginava e comecei a pensar que naquele dia, poderia presenciar algo capaz de me fazer voltar a postar por aqui. 



Pois bem, foi muito mais do que tentei imaginar. Encontrei um ginásio Nilson Nelson (que não é nada pequeno) completamente tomado, lotado e com um barulho da torcida de arrepiar. Por incrível que pareça, me decidi a ir de arquibancada porque pensava que as cadeiras talvez estivessem muito cheias e eu queria ver o jogo com mais tranquilidade e espaço para poder, quem sabe, conversar com alguns colegas enquanto o jogo acontecia. E o mais assustador (no bom sentido) é que não havia local para sentar nas arquibancadas. Estava tudo lotado, com uma torcida não só presente, mas atuante, torcendo por uma única equipe. Uma equipe que neste ano mudou de instituição e nome mas que mantém a capacidade de gerar no torcedor brasiliense uma sensação de identificação e orgulho, numa relação de amor que pouco se tem visto nessa cidade, que recentemente sofreu com trapaças feitas por seus antigos gestores e foi motivo para envergonhar uma população que luta diariamente para sustentar a imagem e o posto de Capital Federal.

Foto tirada do celular de um colega ao lado assim que conseguimos sentar.

 Com um barulho ensudercedor nos momentos de êxito da equipe mandante, Brasília mostrou ao Brasil, que é uma cidade que respira Basquete. Me peguei em alguns momentos olhando para o público presente e tentei imaginar quantas gerações estavam ali presentes de ex alunos do nosso querido ícone do basquete da cidade, Senhor Geraldo da Conceição (carinhosamente conhecido como Seu Geraldo), quantos ali não tiveram a formação de Ronaldo Pacheco, que luta até hoje por um basquete de qualidade não só nos atletas, mas principalmente sendo responsável pela formação de inúmeros professores capacitados pra trabalhar com a modalidade espalhados por diversas escolas do nosso DF. Neste momento comecei a achar normal o que estava acontecendo ali. Se analisarmos friamente, Brasília tem sua história ligada com o Basquete há muito tempo. E o que esta equipe profissional que representa a cidade veio oferecer a todos, foi a incrível chance de cada morador do Planalto Central poder proclamar de peito aberto o seu amor por esta modalidade. Por muito tempo, ter jogado basquete na adolescência era apenas uma história antiga e que simbolizava seus antigos sonhos juvenis. Hoje, essa mesma história é sinal de orgulho por ter praticado uma modalidade que agora, representa a cidade em caráter nacional.

Seu Geraldo da Conceição
Quantos presentes no Nilson Nelson já não "bateram uma bolinha" com este amante do Basquete?  



Encontrei muitos alunos e ex alunos por lá, mas também encontrei diversos amigos, companheiros de treinos, peladas de basquete e admiradores que, hoje mais velhos, estavam com sua família, tendo a chance de contar que já praticaram este esporte que hoje é uma potência Nacional e que tão bem nos representa. O que senti naquele ginásio cheio foi uma sensação de orgulho. Todos que ali estavam presentes, enquanto gritavam, torciam e deliravam com a exibição de gala do time da casa, tinham em suas vozes, palmas e delírios, a capacidade de amar este esporte apenas como admirador, ou de ter praticado esta modalidade numa época em que pra ser destaque no Basquete de Brasília, era preciso sair da cidade, conquistar títulos e voltar para ser homenageado.

A cidade demonstrou o seu amor pela modalidade. Vale a pena perguntar se este amor tem sido correspondido com escolinhas espalhadas por todo o DF para receber estes jovens apaixonados e torná-los em praticantes de sua nova paixão.

Mas esta pergunta tento responder outro dia, pois o post de hoje tem o intuito único de celebrar algo que quem vive nesta cidade já sabe há muito tempo:


"Vivemos, respiramos e amamos o Basquete!"


Abraço à todos.