quinta-feira, 9 de setembro de 2010

E agora? Qual caminho a seguir?

Após uma derrota sofrida como a do dia 7 de Setembro, perguntas ficam soltas pelo ar. E dessas perguntas que foram feitas em sites e comentários espalhados pela internet, a que prefiro discutir é:

Qual caminho seguir a partir de agora?




Apesar da derrota ter sido extremamente dolorosa com uma movimentação repetida da seleção da Argentina abusando do Pick and Pop(movimentação que explicarei futuramente por aqui) de Scola e de não termos variado a cobertura e saída de bloqueios, tenho a plena certeza de que estamos melhor e em um melhor caminho do que antes. 





É claro que perder deste jeito, ver Huertas saindo chorando do jogo após uma atuação(na verdade um mundial inteiro) sensacional, dói bastante. De alguma forma dói ter de ter paciência para trabalharmos até vermos o Brasil em uma melhor colocação. Mas é o que nos resta fazer e é o que temos de seguir de agora em diante.


Mas sou extremamente confiante de que Rubén Magnano agora terá uma boa chance nas mãos. Terá um tempo maior para olhar outros jogadores, investir em um início de renovação e assim, buscar um Brasil mais completo, que tenha atletas aptos não só na meia quadra de ataque, mas também defensores de qualidade que se entreguem por completo a um sistema de defesa que possa tirar os adversários de posição mais vezes. 



Será tempo também pra potencializar outros atletas que estão em plena fase de amadurecimento. Temos uma geração de atletas entre 18 e 22 anos espalhados pelo Brasil com muito talento. E imagino que Magnano agora terá a chance de mesclar alguns destes jovens com aqueles que ainda devem seguir em nossa Seleção motivados a conseguir uma vaga para nossa volta às Olimpíadas.





Enfim, agora será um momento de cada técnico seguir seu trabalho em seus clubes ou escolas, sejam categorias de base, seja adulto. Cada técnico agora é em potencial um responsável pela renovação do Basquete Brasileiro, e por isso devemos ser responsáveis também por não deixar uma filosofia antiga que deu vitórias ao Brasil em um antigo modelo de basquetebol voltar a reinar. Não é porque ainda não tivemos êxito em nível mundial que o trabalho não está evoluindo. Confesso que temo nestas derrotas retrocedermos para o basquete de dois jogadores que pontuam e que limitam o poder de superação e aprendizado de outros.

 A beleza do basquetebol está na diversidade que ela pode criar em seus praticantes. 



Talvez se Kevin Durant tivesse nascido no Brasil, teria sido treinado apenas para ser um pivô nos moldes da geração Mão Santa, apenas podendo brigar por rebotes e fazendo bloqueios, tendo seu talento minimizado a um basquete que servia a poucos e diminuía a muitos. Talvez se Luis Scola tivesse também nascido por aqui, teriam o achado alto mas um pouco pesado e lento pra ser um grande pontuador.

Vamos seguir em frente, trabalhando, treinando e incentivando nossos atletas a serem melhores a cada dia. A entenderem do jogo, terem leitura de ataque, de defesa e que se libertem do jogo escravizador que reinou no basquetebol brasileiro por muitos anos. Este esporte belíssimo e apaixonante não é apenas para alguns que se dizem santificados com um dom. Este esporte é pra quem treina e aprende que diante da diversidade e versatilidade, se sai a qualidade não só de um jogador, mas de um grupo.

Prova disso é que temos um excepecional PIVÔ como um dos destaques do campeonato mundial.

Aprendam a ser críticos com tudo que leem e escutam sobre o basquete brasileiro. Ainda falta muita coisa, mas temos chances de entrar no caminho certo nas mãos de Rubén Magnano e se continuarmos cada um fazendo a sua parte. 

Está na hora de olharmos pra frente e não para o retrovisor.


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