Foi a caminho do ginásio Nilson Nelson na quinta-feira a noite que percebi que estava prestes a participar de um momento histórico para o Basquete Nacional e um dia inesquecível para o esporte em Brasília. No jogo 1 da final do NBB3, estava indeciso se assistia o jogo no ginásio ou se assistia pela TV. Como os outros jogos eu acabei assistindo pela TV devido à superlotação do ginásio da Asceb, pensei que por se tratar de uma final e por quase não ter ido a jogos ao vivo neste ano, deveria prestigiar mais este momento importante para o Basquete da cidade. E notei que passaria de uma noite de final para um dia histórico quando estava perto de chegar. Haviam bem mais carros no estacionamento do que eu imaginava e comecei a pensar que naquele dia, poderia presenciar algo capaz de me fazer voltar a postar por aqui.
Pois bem, foi muito mais do que tentei imaginar. Encontrei um ginásio Nilson Nelson (que não é nada pequeno) completamente tomado, lotado e com um barulho da torcida de arrepiar. Por incrível que pareça, me decidi a ir de arquibancada porque pensava que as cadeiras talvez estivessem muito cheias e eu queria ver o jogo com mais tranquilidade e espaço para poder, quem sabe, conversar com alguns colegas enquanto o jogo acontecia. E o mais assustador (no bom sentido) é que não havia local para sentar nas arquibancadas. Estava tudo lotado, com uma torcida não só presente, mas atuante, torcendo por uma única equipe. Uma equipe que neste ano mudou de instituição e nome mas que mantém a capacidade de gerar no torcedor brasiliense uma sensação de identificação e orgulho, numa relação de amor que pouco se tem visto nessa cidade, que recentemente sofreu com trapaças feitas por seus antigos gestores e foi motivo para envergonhar uma população que luta diariamente para sustentar a imagem e o posto de Capital Federal.
Foto tirada do celular de um colega ao lado assim que conseguimos sentar. |
Com um barulho ensudercedor nos momentos de êxito da equipe mandante, Brasília mostrou ao Brasil, que é uma cidade que respira Basquete. Me peguei em alguns momentos olhando para o público presente e tentei imaginar quantas gerações estavam ali presentes de ex alunos do nosso querido ícone do basquete da cidade, Senhor Geraldo da Conceição (carinhosamente conhecido como Seu Geraldo), quantos ali não tiveram a formação de Ronaldo Pacheco, que luta até hoje por um basquete de qualidade não só nos atletas, mas principalmente sendo responsável pela formação de inúmeros professores capacitados pra trabalhar com a modalidade espalhados por diversas escolas do nosso DF. Neste momento comecei a achar normal o que estava acontecendo ali. Se analisarmos friamente, Brasília tem sua história ligada com o Basquete há muito tempo. E o que esta equipe profissional que representa a cidade veio oferecer a todos, foi a incrível chance de cada morador do Planalto Central poder proclamar de peito aberto o seu amor por esta modalidade. Por muito tempo, ter jogado basquete na adolescência era apenas uma história antiga e que simbolizava seus antigos sonhos juvenis. Hoje, essa mesma história é sinal de orgulho por ter praticado uma modalidade que agora, representa a cidade em caráter nacional.
Seu Geraldo da Conceição Quantos presentes no Nilson Nelson já não "bateram uma bolinha" com este amante do Basquete? |
Encontrei muitos alunos e ex alunos por lá, mas também encontrei diversos amigos, companheiros de treinos, peladas de basquete e admiradores que, hoje mais velhos, estavam com sua família, tendo a chance de contar que já praticaram este esporte que hoje é uma potência Nacional e que tão bem nos representa. O que senti naquele ginásio cheio foi uma sensação de orgulho. Todos que ali estavam presentes, enquanto gritavam, torciam e deliravam com a exibição de gala do time da casa, tinham em suas vozes, palmas e delírios, a capacidade de amar este esporte apenas como admirador, ou de ter praticado esta modalidade numa época em que pra ser destaque no Basquete de Brasília, era preciso sair da cidade, conquistar títulos e voltar para ser homenageado.
A cidade demonstrou o seu amor pela modalidade. Vale a pena perguntar se este amor tem sido correspondido com escolinhas espalhadas por todo o DF para receber estes jovens apaixonados e torná-los em praticantes de sua nova paixão.
Mas esta pergunta tento responder outro dia, pois o post de hoje tem o intuito único de celebrar algo que quem vive nesta cidade já sabe há muito tempo:
"Vivemos, respiramos e amamos o Basquete!"
Abraço à todos.
11 comentários:
Estou emocionada ao ler seu post... em lágrimas mesmo! Não apenas pelo retrato fiel deste caldeirão tão recente, mas já histórico, o Nilson Nelson... mas por também amar o basquete e de longe descobrir como eu amo mais ainda a junção BASQUETE + BRASÍLIA. É.. tem coisas que a gente só percebe quando está longe... longe por um motivo nobre, mas que faz com que cresça em mim a vontade enorme de voltar e fazer acontecer! Acho que vc sabe disso como ninguém! Seguimos!
Sensacional, mestre!!!
Simplesmente, sensacional!
Obrigado!
Infelizmente, não pude ir ao ginásio, pois estava com uma contusão no joelho. Mas, quando vi na TV, fiquei emocionado... foi de arrepiar. Parabéns pelo belo texto, Galego.
Meus grandes amigos Chico, Rafa e Mari...
Foi sensacional mesmo e a emoção tomou conta mesmo de muita gente.
Valeu pelos comentários!
Grande abraço
Galego
Foi mesmo emocionante! Não sou super fã, nem entendo de todas as regras do basquete, mas adoro esporte. Na verdade, adoro o que o esporte proporciona, e Brasília deu um espetáculo dentro e fora das quadras.
No mais, parabéns! Acho que já visitei o blog algumas vezes e me admira a paixão nas suas palavras e também a ótima construção de um texto(analisando como jornalista que sou). Sucesso pra vc!
Valeu Liliam...
Pode ter certeza que esse se comentário me deixa mais empolgado pra tentar manter atualizado os posts por aqui. A ideia de escrever aqui é justamente amadurecer a escrita e dividir coisas tão valiosas que acho que o esporte nos passa dia a dia, mas que deixamos passar achando ser normal. Ainda tem muito pra melhorar por aqui. Conto com suas dicas a partir de agora, ok?
Obrigado!
Uau, e quer saber mais, você também é responsável por tudo isso.Fui seu aluno e aprendi muito mais do que basquete com você assim como todos presentes naquele ginásio não apenas assistiam uma partida de basquete, eles aprendiam a amar sua cidade. Parabéns Galego
Um abraço do seu sempre amigo Bé.
Grande Bé!
Obrigado pelas palavras e não pare com o basquete, hein!?
Grande abraço !
Já assisti a alguns jogos do NBB e realmente professor, é de emocionar ver a torcida tooda gritando e vibrando com uma modalidade não tão difundida em nosso país, como é o basquete...
Abração, galego!
Ass: Antônio carlos
Galego,
agradeço a referência no seu blog e acredito que outros nomes importantes têm contribuido pela difusão do basquete em nossa cidade: o saudoso Zezão, Prof. Pedro Rodrigues, Miura, Macedo e os técnicos da nova geração como você, Ricardo, Michael, Marcão, Carlinhos, Marcio,Paulo do Sigma, Marcão do Marista e tantos outros que daria uma página inteira do blog. Além disso temos hoje na direção desta equipe um técnico da cidade. Porém o mais importante hoje é esta força que o basquete representa na nossa cidade. Há vários anos a equipe de Brasília bate recordes de público nos campeonatos Brasileiros. É um público que torce com educação e respeito pelos adversários.Tomara que a força deste esporte seja canalizada para que os jovens se aproveitem deste instrumento e cresçam como pessoas, como cidadãos, independentemente de serem atletas, torcedores ou espectadores.Que esta força continue e que saibamos colher os frutos. Abraços e parabéns pelo blog.
Ronaldo Pacheco
boa tarde !
será que consigo contigo o contado do Sr Geraldo ? Treinei com ele no Motonáutica e gostaria muito de reve-lo. grato !!!
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