Difícil dormir ou pensar em algo que possa acalentar a sensação de perplexidade que toma conta desta madrugada. Resolvi então vir aqui escrever e homenagear um ex colega de trabalho, que se tornou amigo e que neste dia 3 de fevereiro, partiu de nossas vidas.
Zé Carlos, o querido Zeca, foi um excelente parceiro de trabalho. Disposto sempre a conversar sobre diversos assuntos, foi um grande ouvinte para muitas conversas que abordavam desabafos, problemas e coisas bacanas do dia a dia. Lembro-me de alguns encontros no final do dia, onde dividíamos as dificuldades da rotina cansativa de tentar tornar disciplinas como filosofia, sociologia e educação física, que nem sempre estão no foco principal das escolas, como disciplinas de relevância na formação de nossos alunos.
Mas as conversas foram além, por vezes curtimos e dividimos situações interessantes que ocorreram com nossos alunos e outras tantas histórias. Até nossa ansiedade por mudanças, onde queríamos mudar algo, mas que era preciso ter paciência, já que sempre enquanto professores, pregamos que as mudanças vêm aos poucos e não do dia para a noite. Foi assim que me aproximei desse excelente companheiro de jornada, que apreciava a natureza, gostava de esportes e tinha sempre disponível um sorriso receptivo para iniciar uma boa conversa.
Não demorou muito para ser reconhecido na escola pela sua capacidade profissional. Alunos, colegas de trabalho e demais funcionários, viram que ali, por trás de suas falas sempre pertinentes e de colocações diretas e sem rodeios, estava uma pessoa capaz de fazer a diferença. E a prova disso eram as diversas citações de alunos agradecidos por transformar o ensino da filosofia em algo atraente, instigante e que gerasse alguma reflexão para a vida deles.
Dos encontros nos corredores, na sala dos professores, das discussões dos conselhos de classe, nasceu uma relação de admiração e amizade, felizmente mantida em encontros casuais quando deixamos de trabalhar juntos.
Ao tentar racionalizar a partida de meu querido amigo Zeca, repete em minha mente uma mensagem de agradecimento por tudo o que sempre foi e que sempre me marcou em nossas conversas: Franqueza, objetividade e uma expectativa de que suas ideias gerassem questionamentos, reflexões e uma maneira diferente de ver o mundo. Zeca parte e deixa uma saudade imensa por se tratar de uma pessoa inspiradora.
Em minhas conversas com amigos de trabalho, sempre falo que um de nossos objetivos deveria ser o de "dominar o mundo". E dominar o mundo na minha visão, nada mais é que fazer a diferença de maneira positiva a influenciar outras pessoas.
Pois bem, Zeca veio, "dominou" e partiu. Deixando pra mim, e espero que para seus colegas e ex-alunos, a certeza de que "dominar o mundo" é possível e de que, por ser possível, é preciso tentar fazê-lo.
Zeca, um abraço saudoso de um amigo que você conquistou e que sempre vai te admirar muito.
2 comentários:
Nossa Rodrigo, suas palavras em relação aoZé Carlos, foram bonitas e verdadeiras. As lembranças que tenho dele são ótimas e algumas situações engraçadas à nível de trabalho, que sempre que lembro acho graça sozinha. Pessoa adorável, educada, calma e inteligente. Realmente deixará saudade. Bjo. Fabíola
É, Fabíola.
Pra mim a saudade é um tipo de prova de que se viveu algo que valeu a pena. E é assim que eu penso que devemos encarar esse momento a partir de agora: Curtir as boas lembranças que ele nos deixou.
Beijos!
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