quinta-feira, 28 de julho de 2011

Fácil demais?






Tive acesso a um comercial que eu gosto muito. Apesar de saber das artimanhas publicitárias por trás desses comerciais, gosto da maneira que ele aborda o sucesso no esporte e, por muitas vezes, penso com algo parecido. 

No vídeo, Michael Jordan assume a culpa pelas novas gerações propagarem um comportamento tratando o acesso a excelência no esporte como apenas uma questão de dom somado a treino e boas inteções. A espetacularização do esporte como vem acontecendo nos dias de hoje, transformando o jogo de alto rendimento também num show com fins lucrativos e até com o fim de atrair um público maior, acaba deixando também marcas nos jovens apaixonados pela modalidade. Dá-se uma ideia de que chegar ao ápice é mais fácil do que parece. E no meio desse caminho, por tudo que passei em minha vida de treinos, aulas, equipes e alunos com os quais me envolvi, comecei a notar que essa ideia de que a "felicidade baterá a sua porta" se você for "do bem", está não só no esporte como em diversas áreas da vida. Desvinculando a busca por um objetivo de um processo, por muitas vezes, doloroso, de angústias, vencido pela persistência e recheado de dúvidas. Vejo que isso tem gerado pessoas frustradas em diversas áreas.

Recentemente li uma coluna que fala um pouco sobre isso (você pode ler clicando aqui). Apesar da escritora falar de forma bem generalizada, penso que nos faz refletir sobre essas questões. Qual caminho estamos sugerindo às novas gerações? E assim, podemos também até questionar que escolhas estamos fazendo com nossas próprias vidas?

Não estou querendo dar uma visão pessimista das coisas. Muito pelo contrário, quero expressar que as dificuldades e até as infelicidades que nos acontecem é que tornam a vida essa mistura de sentimentos e acontecimentos tão fascinante. Mas é claro, também quero ressaltar que nem sempre conseguiremos tudo o que queremos, por melhores que sejamos, por melhor que façamos. Mas considero que esse esforço, se bem direcionado, nunca será em vão. Basta saber olhar a vida de diversas formas. E aí está o nosso maior desafio. 

No esporte e no vídeo que falei inicialmente, Jordan mostra como os dias de hoje podem diminuir a ideia de que a vida, que é uma dádiva maravilhosa,  é também cercada de lutas diárias, suor, perdas e conquistas.

Ou então, como o próprio vídeo diz, estamos procurando explicações demais para as coisas que não conseguimos.

Será? Vale a pena refletir!

Aproveitem o vídeo.





  Até a próxima!

sábado, 16 de julho de 2011

Eles estão por aí.


Lembro-me do meu vício por desenhos quando garoto. Naquela época (Década de 80) existiam alguns desenhos que tratavam de heróis que viviam em um submundo ou mesmo em uma outra dimensão, tentando sempre lutar para voltar ao mundo real ou mesmo lutar por um mundo livre de injustiça e vilões. Fácil lembrar do meu fascínio pelo desenho "Caverna do Dragão".


Lançado no início da década de 80 e que tratava de jovens que haviam sido transportados para um mundo paralelo e que sua luta diária era para tentar voltar pro mundo no qual pertenciam. As aventuras iam se desenrolando e a agonia maior era ver que tudo o que faziam não era suficiente para conseguirem retornar ao seu mundo. 

Lembro-me também, já no final da década de 80 e início da década de 90, das Tartarugas Ninjas.

Eram 4 tartarugas mutantes batizadas em homenagem aos artistas renascentistas Leonardo, Michelângelo, Donatello e Rafael. Viviam no esgoto de Nova York e eram treinados pelo rato Mestre Splinter. Assim como na Caverna do Dragão, as tartarugas passavam por uma questão parecida. Lutavam contra vilões, tentavam fazer justiça, mas no fim das contas, pertenciam a um submundo (esgoto) onde viviam e moravam. A qualquer problema vindo lá de cima (da cidade), lá estavam as quatro tartarugas mutantes prontas para salvar a população.

E por que estou aqui a comentar de desenhos animados?

Me lembrei destas duas animações porque recentemente o Brasil viveu dias agitados no Basquetebol. Além da convocação da seleção masculina para o Pré-Olímpico, onde foi convocado um "estrangeiro" e existiram pedidos de dispensa, a simples convocação já causaria discussões porque estamos há poucos dias de sabermos se nosso País voltará ou não a participar das Olimpíadas.

Alguns dos atletas convocados para a fase de treinamento da seleção visando o Pré-Olímpico 2011

Considero essa participação de 2012 muito importante, já que estamos classificados para 2016 por sermos sede dos jogos. Portanto, seriam dois ciclos Olímpicos com o basquete masculino de volta aos jogos. Penso que poderia ser uma grande chance de tentarmos "alimentar" melhor os amantes do basquete.

Outro evento recente que também movimentou muita gente foi o mundial sub19. O Brasil iria participar com uma geração considerada por todos como talentosa, ou no mínimo, com bastante potencial.

Seleção Sub19 

Foi doído pra caramba! O Brasil fez jogo duro em todos os jogos, perdeu três partidas apertadas e acabou ficando de fora da segunda fase da competição terminando em 9º lugar. É evidente que esse time poderia ter ido mais longe. Mas uma competição esportiva de alto nível mostra bem que ter potencial ou ser talentoso não é o bastante e os meninos acabaram por ficar de fora da fase principal.

Após dizer tudo isso, uma pergunta ainda não quer calar:


O que os desenhos animados têm a ver com esses dois acontecimentos no Basquete Brasileiro!?


Sei que é uma comparação a ponto de ser considerada "bizarra" (sem aspas mesmo, né!?), mas é assim que eu vejo quem tenta manter a paixão por Basquete no Brasil. Após a convocação da seleção adulta,  diversos blogs especializados trataram de cobrir com informações relevantes, números dos últimos anos da seleção, entrevistas com os convocados, buscando trazer para os leitores amantes do basquetebol (são muitos, é só ver o número de acessos que esses blogs têm) informações interessantes que pudesse gerar discussões de bom nível, sempre com o foco de se discutir um esporte que está sendo maltratado há muito tempo por seus gestores. E olha que estes heróis do submundo virtual não eram apenas jornalistas apaixonados pela modalidade. Muitos blogs que cobrem basquete hoje em dia são feitos por garotos, adolescentes que ainda praticam a modalidade e que querem expor suas opiniões, outros por técnicos que querem trocar ideias de seus trabalhos e anos de experiência, e assim, vemos que nosso amado esporte está no submundo das publicações.


Sem grandes espaços em mídias maiores e "relevantes", milhares de consumidores do Basquetebol se comunicam virtualmente. Poucos são os que ganharam reconhecimento em grandes portais. E estes, acabam tendo a difícil tarefa de falar sobre tudo o que a Confederação, e gestora principal, não aborda. Ficam na "linha de tiro" tentando nutrir os amantes da modalidade com informações novas diariamente. Se não atualizarem seus blogs, diversas críticas surgirão nos comentários, tornando estes blogueiros "responsáveis" pela ausência de notícias no Basquetebol Nacional.

E a maior prova dessa comunidade existente no "submundo" virtual veio no mundial sub19 masculino. Como não estavam sendo transmitidos os jogos da primeira fase, blogs, twitters e chats bombaram com pessoas trocando informações sobre os jogos do Brasil. Enquanto os jogos eram realizados (eu estava nesse meio, espalhado entre chats e estatísticas online) ou mesmo após as partidas, o twitter ficava lotado de gente comentando, torcendo, criticando, mas acima de tudo, falando, consumindo Basquete. O mesmo Basquete que sequer é devidamente divulgado na página virtual de sua Confederação (Dá uma conferida nessa notícia aqui se você acha que estou exagerando).

Há muitos Leonardos, Donatellos, Michelângelos e Rafaeis espalhados pelo Brasil querendo consumir Basquete e defender a modalidade. Existem diversos jovens "aprisionados" em mundos paralelos lutando para conseguir saber mais sobre o Basquete no País. A cada post que coloco aqui neste blog, recebo comentários e emails não só de atletas e ex-atletas, recebo mensagens de pais de atletas que até já pararam de jogar, mas que sua paixão pelo Basquete continuou. Recebo mensagens também de pessoas que gostam da modalidade pelo simples fato de gostar, de achar emocionante e que, por exemplo, estavam presentes na final do NBB no Nilson Nelson, contabilizando 20 mil pessoas (ou mais) num ginásio pra torcer por um time (ou pra ver um esporte) que não tinha nenhum clube de futebol envolvido na final.

O que fazemos com estes aficcionados que estão por aí, loucos pra consumir Basquetebol? Até quando vamos admitir uma entidade máxima da modalidade que não divulga, não atualiza seu portal e que fecha os olhos pro trabalho de base feito por técnicos abnegados, pais que tiram dinheiro do bolso pra realizar torneios interestaduais?

Fico impressionado com a força da modalidade espalhada pelo "submundo e esgotos" e tento imaginar como tudo isso seria se tivéssemos uma gestão que olhasse para esta questão? O que falta? Quanto tempo falta pra começarmos a mudar?


Depois de tanta insatisfação e conversando com amigos próximos também amantes do Basquete, decidi que fazer a minha parte é a questão mais valiosa nesse processo. Não é fácil viver de Basquete neste País (na verdade é impossível nos dias de hoje) e muitos professores desistem do sonho de estudar e contribuir mais com a modalidade porque precisam sobreviver, constituir famílias e realizar outros sonhos pessoais. E sabem o que estas pessoas se tornam mesmo com essa triste decisão de abandonar o Basquete? Eles se tornam CONSUMIDORES da modalidade.

Sim! Pessoas interessadas em fazer parte de alguma outra forma, já que viver disto não deu muito certo por uma variedade de motivos.

Uma vez contaminado ou picado pelo mosquitinho, como bem escreveu e esposa do Guilherme Giovannoni no site do atleta, não tem volta ! A paixão pelo Basquete fica, não se desfaz. Pode até adormecer em alguns casos. Mas ela volta. Já não sei quantas são as pessoas que encontro nas ruas e quando perguntam o que ando fazendo e que descobrem que ainda mexo com o que amo: O Basquetebol. Respondem:

"Nossa! Eu daria tudo pra voltar a jogar uma partida de basquete, como que eu faço?"

Pra terminar, vale lembrar que esse período de convocação da seleção adulta e do mundial sub19 coincidiram com a fase final do mundial de Vôlei, onde o Brasil disputava mais um título. E de longe, não vi movimentação parecida nos bastidores ("submundo e esgotos") sobre a modalidade que estava na final do mundial com uma modalidade que está há 3 Olimpíadas sem participação e que não sabe gerir a paixão nacional e crescente pela modalidade. Algo está muito errado nisso tudo, mas assim como meus heróis da minha era infantil, não desistirei de tentar voltar pro conforto de casa e lutar contra a injustiça existente em nosso "Mundo da bola laranja".

Mas e nossos heróis espalhados por todo esse País? Até quando eles aguentarão lutar pela dignidade desta modalidade? Ainda sou daqueles que pensa que todo esforço vale sempre a pena e torço pra que estes heróis anônimos pensem o mesmo e que continuem lutando contra todo o tipo de assombração.



Abraço à todos.





domingo, 3 de julho de 2011

Vídeos interessantes - Parte 2

No fim de Junho foi realizada mais uma etapa de formação da Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol (ENTB). 

Tive alguns colegas que participaram deste evento e me deram o retorno de que as palestras foram muito boas.
Dentre as palestras, O Professor Flávio Davis palestrou sobre capacidades coordenativas e fundamentos básicos no Basquetebol em sua iniciação. Meu amigo e técnico de Basquete da UnB, Carlos Gomes, disponibilizou um primeiro vídeo sobre sua palestra e logo após assistí-lo, também achei outros disponibilizados pelo professor e comentarista Byra Bello em seu blog. Como a internet é uma ferramenta de socialização de informação, disponibilizo esses vídeos aqui para vocês acompanharem. 

Estes vídeos são voltados mais para professores e estudantes de educação física e valem para começarmos a repensar como oferecer treinamento aos nossos alunos que gerem aprendizados significativos nas questões motoras ( aspectos motores gerais e específicos da modalidade) associadas a questões cognitivas de leitura da situação de jogo e tomada de decisão. 

Abraço a todos e aproveitem os vídeos.