domingo, 11 de abril de 2010

Um time, um objetivo, um compromisso.

Futuramente quero postar aqui comentários sobre filmes.
Existem filmes das mais diversas áreas que contribuem por demais com minha formação em educação física e tbm na área de treinamento.

Existe um filme com Al Paccino chamado "Um domingo qualquer" do ano de 1999 que abrange diversas áreas do esporte profissional e que acredito ser um bom referencial para qualquer pessoa que queira ou conviva com o esporte treinamento.

Não quero me ater ao filme em geral, mas sim a um trecho do filme em específico no qual algum fã da internet criou uma montagem no youtube e que confesso a vocês que já assisti muitas vezes em momentos que penso que posso mais.

Neste trecho do filme, Al Paccino que vive a vida de um técnico de futebol americano chamado Tony D'Amato, vê que seu time vem tendo dificuldades durante toda a temporada e a vida do técnico funde-se a história do time. D'amato vai se redescobrindo durante o filme diante das dificuldades enfrentadas e vai fazendo uma releitura de tudo que foi como pessoa até lá. Antes de começar a fase de mata mata, ele faz uma preleção com sua equipe tocando em alguns pontos cruciais pra quem tem como objetivo atingir qualquer tipo de excelência na vida principalmente em grupo. Este discurso do técnico na minha ótica, funciona para diversos tipos de grupos, desde os esportivos até os empresariais.

E por que estou aqui a citar esta passagem?

Porque ontem tive a estreia de meu time sub 17 no campeonato escolar de Brasília. Tenho tido a oportunidade e o prazer de conviver com garotos sensacionais que foram formados por um professor de basquete da cidade e meu amigo particular, chamado Professor Jonatas.

Tive a incubência desde o ano passado de dar prosseguimento a este trabalho. E tenho me redescoberto professor e técnico com estes meninos. Mas a fase neste ano é bem complicada. Assumi diversas responsabilidades profissionais e sinto que na carga horária que venho trabalhando, com eles ando me dando um certo tipo de descanso. Tenho tentado trabalhar as informações básicas, mas não sinto que tenho conseguido mexer com eles da maneira que eu acredito que consiga. Pelo menos tento não me vender a resultados e luto pra que eles entendam a mensagem que prezo em passar a cada dia de aula de que cada esforço dedicado ali nos treinamentos não são em vão.

Ontem tivemos a nossa estreia e eu sequer fiz amistosos para os meninos se sentirem mais à vontade na competição. Tivemos de lidar com todas as emoções de uma estreia ali, sem referencial de se estávamos evoluindo como grupo ou não. Naquele momento, enquanto acontecia o jogo, percebi como poderia ter potencializado mais estes meninos e o deixei de fazer em virtude de muitos compromissos novos que me sugiram este ano. Mesmo assim, estes meninos sempre me mostram de que eu posso mais como professor e de que podemos sempre mais como pessoas. Não deixaram de lutar, o nervosismo tomou conta e todos os jogadores puderam entrar e dar um pouco da sua contribuição dentro de todo o trabalho e tipo de jogo que venho pedindo à eles desde fevereiro. Independente de termos perdido a estreia, é chato quando vemos que poderíamos ter oferecido mais a nossos alunos e eu em outro momento da minha vida, teria sofrido demais com isso. Mas com o tempo e maturidade, venho descobrindo que temos sempre de nos preocupar mais com os próximos passos, do que com os passos que deixamos de dar ou com os que pisamos de mal jeito.

A minha luta agora é pra fazê-los entender de que estamos num processo de evolução e de que mesmo eu sabendo que este ano não tenho conseguido me doar a eles como acredito que é a maneira correta, tenho ao menos tentado mantê-los cientes de que nós somos o nosso próprio desafio. Tenho muita crença nisso de que nós somos capazes de resolver nossos problemas e ao mesmo tempo que possamos pensar que nós como equipe temos problemas, nós somos a nossa solução.

E hoje cedo quando acordei, após pensar bastante sobre o jogo de ontem e de que estes meninos merecem e podem mais em nosso trabalho de equipe, vim aqui ver este vídeo novamente que fala um pouco sobre isso. Nós somos os donos do nosso destino e nossa evolução está totalmente na superação de nossos próprios limites, tentando não enxergar em nossa equipe defeitos, mas sim características que podemos melhorar.

Essa é a maneira que o esporte interfere em minha vida. Quando me mostra que uma equipe de garotos ávidos pela vida têm a chance de aprenderem conceitos e valores para dentro e fora das quadras.

Fiquem com o trecho do vídeo editado que comentei e fica a sugestão de filme a vocês.

Até a próxima.


Um domingo qualquer (Any Given Sunday)
1999 - Oliver Stone



domingo, 4 de abril de 2010

Persistindo, superando e dando exemplo.

Enquanto não me organizo decentemente para colocar textos e posts sobre o que ando vivendo com o basquetebol e a educação física em geral, senti vontade de postar o vídeo de um acontecimento esportivo que considero importante e que mostra o lado que acredito ser fascinante no esporte.
O das lições através das ações.



Não tive a oportunidade de ver essa cena ao vivo, apesar de ter acompanhado as Olimpíadas de Barcelona em 1992. Mas com a internet, tive acesso a vários vídeos que narravam a história de Derek Redmond. Até as quartas de final dos 400m, ele tinha o melhor tempo e lutava por uma vaga na final. Durante a prova da semi final, Derek sente uma lesão na coxa e acaba abandonando a prova ali mesmo, agachado e não acreditando naquilo estar acontecendo.

Enquanto os outros competidores correm para completar a prova, Derek decide completar a prova mesmo lesionado e sem chances de classificar-se para a final. Derek caminha e corre mancando forçando apenas a perna não lesionada e enquanto se dirige à reta final para completar a prova, seu pai desce as arquibancadas, entra na pista e corre para completar a prova junto do filho. Derek ao ver seu pai, chora em seu ombro como se passasse naquele momento, todo o trabalho, entrega e dedicação que tiveram juntos para tentarem aquele resultado vitorioso tão esperado em qualquer atleta.

Os dois completam a prova juntos aplaudidos por todo o estádio e Derek Redmond, que sonhava estampar as notícias dos jornais como campeão olímpico, estampou os jornais com o belo e comovente exemplo que deu de profissionalismo e empenho até onde seu limite lhe permitia competir. Talvez se fosse campeão, Derek teria seus dias de glória, prêmios, mas caísse no ostracismo com o tempo. Hoje, mesmo quase 20 anos após a prova, é fácil achar um vídeo na internet sobre Derek Redmond, entre montagens caseiras à comerciais de tv, todos exaltam o exemplo que deu ao mundo. Parecendo até ser um simples gesto, mas que só ele deve saber o quanto lhe doeu físico e emocionalmente tomar essa decisão de completar a prova lesionado depois de tanto treinamento.

Esse poder que o esporte tem de ensinar através de atletas abnegados como Derek é o que me fascina e o que me faz vir aqui escrever um pouco sobre ele. Mesmo sem conhecê-lo e mesmo sabendo desta prova só anos após ela realmente ter existido, são muitos os momentos na vida e no trabalho em que sinto dificuldades, em que tenho dúvidas e que penso em Derek e seu pai para poder continuar acreditando por dias melhores. Espero que vocês tbm possam aproveitar assim como aproveito esse momento.
Mesmo não sendo fã do sensacionalismo televisivo e a forma como combinam cenas e trilha sonora para que nos sintamos emocionados, acho qualquer vídeo sobre ele valoroso devido as cenas que falam por si só. Tive a difícil tarefa de escolher um dos vídeos na internet.

Fica por fim o pensamento:

Na hora da dificuldade, em que as coisas não acontecem como se quer, muitos reclamam, outros desistem alegando impossibilidade de realizar. Mas alguns apenas cumprem o seu papel.
E estes se tornam exemplo!


Por fim... o vencedor desta prova dos 400m foi.. bem.. Não tenho a menor ideia.

Abraço à todos!